Quarta-feira, dia 5, foi dia de comemoração na cidade de Assis, interior de São Paulo: o Grupo ConstruSete, instalado no município, completou quinze anos de fundação. Uma das principais redes do setor de material para construção no Estado, é formada por 24 associados, somando quarenta lojas instaladas em 32 cidades – são 39 unidades em São Paulo e uma no Mato Grosso do Sul.
Fundado em 2010, o grupo (que se chamou G-7 Construir por um curto período) nasceu do espírito empreendedor de Celso Roberto Gomes – da Casa do Construtor, em Bastos (SP) – e de outros lojistas interessados em trocar experiências e aprimorar a gestão de seus respectivos negócios. “O objetivo era claro: fomentar o aprendizado coletivo e aprimorar os modelos de gestão que já se mostravam bem-sucedidos”, comenta o presidente da rede, Rafael Braghin. O número sete, presente no nome do grupo, veio do número de lojistas fundadores.
A seguir, confira uma entrevista com Braghin. O papo marca a estreia da seção “Nossas redes têm história”, na qual contaremos a trajetória dos associados da Febramat. O presidente do Grupo ConstruSete aponta os desafios do mercado e a importância do associativismo em um segmento tão competitivo.
Como foram os primeiros anos após a fundação?
O grupo concentrou seus esforços no compartilhamento de informações sobre o dia a dia das lojas, abordando temas como questões salariais, treinamentos, operações logísticas e boas práticas. Esse intercâmbio foi essencial para os lojistas, que buscavam soluções para desafios individuais e sentiam-se isolados nas tomadas de decisão. No final de 2010, essa troca de experiências revelou a necessidade de fortalecer a atuação comercial junto às indústrias do segmento.
Com esse novo foco, 2011 marcou o início de um processo de amadurecimento, impulsionado pela constante busca por competitividade pelas lojas associadas. Esse movimento resultou na contratação de um gestor, simbolizando o início da profissionalização da rede. Essa profissionalização trouxe consigo a necessidade de expansão e de uma identidade mais robusta. Assim, os associados decidiram rebatizar o grupo como ConstruSete, um nome que refletia melhor sua nova fase e os objetivos estratégicos traçados.
Por que escolher Assis como sede?
Foi uma escolha estratégica, pois sua posição central no Estado facilita o deslocamento dos associados, que participam mensalmente das assembleias e de outros encontros presenciais.
Quais as principais diferenças entre os desafios enfrentados no início do grupo e os encarados hoje?
No início, estavam mais ligados à estruturação básica da rede e à construção de uma cultura de colaboração entre os associados. Era necessário organizar processos, implementar boas práticas e estabelecer padrões de gestão que impulsionassem o crescimento. Esses desafios, embora relevantes, eram mais tangíveis e evoluíam em um ritmo mais gradual.
Hoje, as coisas são muito mais complexas e dinâmicas, especialmente em um cenário pós-pandemia, que acelerou mudanças em todos os setores. Estamos vivendo em um mundo em constante transformação, onde inovação, tecnologia e adaptação rápida são palavras de ordem. A velocidade com que novas tendências surgem e impactam o mercado exige não apenas flexibilidade, mas também visão estratégica para antecipar mudanças e se preparar para elas. Além disso, enfrentamos questões globais que afetam diretamente o setor, como as mudanças nos hábitos de consumo, a digitalização, a necessidade de integrar canais de vendas e as altas expectativas dos clientes por soluções rápidas e personalizadas.
Talvez o maior desafio atual seja a capacidade de acompanhar a velocidade das inovações e tecnologias sem perder a essência que sempre foi a força da rede: a união e o fortalecimento coletivo. Continuar aprendendo e evoluindo em meio a um mercado tão competitivo e ágil é, sem dúvida, uma tarefa desafiadora, mas que reflete o compromisso do ConstruSete em se manter relevante e preparado para o futuro.
Você conseguiria apontar alguns dos momentos mais importantes para a história da rede?
O grupo vivenciou diversos momentos marcantes que impulsionaram sua evolução e a de suas lojas associadas. Eu destacaria o Programa de Expansão, que permitiu chegarmos a 24 associados. Esse crescimento exigiu maior profissionalização para alcançar os novos objetivos estratégicos. Como diz o ditado popular, “sozinhos vamos mais rápido, mas juntos vamos mais longe”.
O aumento no número de associados também trouxe a necessidade de ajustes fundamentais, especialmente no relacionamento comercial com as indústrias parceiras (68 no total). Para consolidar nossa força como rede, foi estabelecida a regra de direcionamento de compras para os parceiros estratégicos. Embora inicialmente tenha gerado resistência entre alguns associados, essa decisão foi uma verdadeira virada de chave. A medida, tomada com firmeza e visão de futuro, não dividiu o grupo, mas sim fortaleceu ainda mais a união e nosso propósito.
Nos primeiros anos do grupo, as lojas associadas passaram por grandes mudanças de gestão, layout, mix de produtos e crescimento financeiro. Sem qualquer constrangimento, podemos dizer que tínhamos caso de loja sem nenhuma automação, literalmente com anotações em cadernetas, mas que tinha bons resultados de vendas. Hoje, todas trabalham com um bom nível de informações gerenciais. Outro grande motivo de orgulho está nos projetos em andamento, como a plataforma de EAD para capacitação profissional das equipes e muitos outros.
Como se dá o comando da rede hoje em dia?
O comando do grupo está sob responsabilidade da diretoria eleita, que define as diretrizes estratégicas para seu desenvolvimento. Essa diretoria é escolhida pelos associados em um processo eleitoral realizado a cada dois anos, garantindo representatividade e alinhamento com os interesses de todos. As decisões passam por aprovação em assembleia, reforçando o modelo de governança participativa. Para assegurar a execução das estratégias e ações definidas, o Grupo conta com a expertise do gestor Marcos Biondi, que lidera a operação diária ao lado de uma equipe administrativa composta por quatro colaboradores dedicados. Esse modelo combina liderança estratégica e execução operacional eficiente, contribuindo para o fortalecimento da rede no setor de materiais para construção.
Além de mim (da Pontal, Pirapozinho-SP), a diretoria é composta pelo vice-presidente Antônio Figueiredo Netto (Construfic, Avaré-SP), pelo diretor-secretário Luís Francisco Ramos de Andrade (Pedrinho Materiais, Botucatu-SP), pelo diretor-tesoureiro Valdir Aparecido Furlan (Cabana da Construção, Assis-SP); pelo diretor de Negócios, Gustavo Macedo Nogueira (Ourimadeiras, Ourinhos-SP); e pelo diretor de Projetos, Marcos Clavísio Vasconcelos (Bazar da Construção, Bauru-SP).
Por que é importante para o Grupo ConstruSete fazer parte da Febramat?
Entendemos que a federação proporciona diversos benefícios estratégicos, como representatividade nacional, dando voz às redes associadas em discussões importantes sobre o mercado e políticas públicas. Também passamos a ter acesso a outros benefícios: negociações mais vantajosas com fornecedores e parceiros; compartilhamento de boas práticas, estratégias e experiências entre redes associadas; novas tecnologias, ferramentas de gestão e tendências do setor; e também treinamentos, palestras e eventos voltados para o desenvolvimento dos associados. Tudo isso torna a parceria com a Febramat um diferencial estratégico para o sucesso e o crescimento sustentável do Grupo ConstruSete.
